O Veleiro EROS e a sua tripulação participaram no troféu Caíque Bom Sucesso levado a efeito na Ria Formosa. Um bem-haja a toda a frota participante. Os nossos sinceros agradecimentos ao velejador João Coutinho, pela sua capacidade de chamar a reunir tão grande frota de veleiros e velejadores nestas águas de tanto saber.
Aos Clubes cabe a responsabilidade de continuar. São eles o elo entre a tradição e o cidadão. Os velejadores virão sempre.
Quando saímos com a nossa embarcação, fazemos uma náutica de recreio praticando a forma mais correcta de navegar e manobrar à vela. Assim, empenhamo-nos numa prática de velejar para melhorar o nosso saber. É como se a outra parte de nós, estivesse á nossa espera para aprender. Numa embarcação sentimo-nos bem, seguros e confiantes. Soltar amarras e afastarmo-nos de terra. É como viver um tempo de liberdade que só termina quando se volta a prender a embarcação ao cais.
No mar encontramos o nosso espaço. Ali, em liberdade, utilizamos o vento nas velas e sulcando o mar, nos contemplamos no prazer de praticar o que mais nos liberta.
O mar é um elemento nivelador, onde tudo vem à superfície, tal como a espuma e o azeite. A vela e o mar são o meio criador de relacionamento entre as gentes e a natureza. Hoje, olho o mar e vejo um espaço, património de todos nós, totalmente vazio. Totalmente abandonado. Nada se vê! Nem à deriva! O naufrágio é total.
Espero que os amigos do Caíque sejam a luz a iluminar a cegueira dos dirigentes náuticos que se servem desta tão bela Ria Formosa e desconhecem que tudo começa no recreio e nas gentes.
José António Neves Calvário
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