Agora mais descansado vou tentar fazer um resumo desta etapa.
Muito obrigado por todas as mensagens de apoio! Vocês são espetaculares!
Muito obrigado por todas as mensagens de apoio! Vocês são espetaculares!
A etapa começou com muito vento, como previsto, largámos com 25 nós de vento à popa. Largada com 64 barcos em solitário a montar o spi sem amuras... Tinha tudo para dar problemas mas felizmente correu tudo bem, larguei bem mas senti que tinha poucas velas, estava com a vela grande no segundo rizo, estai no 1º rizo e spi médio rizado também, alguns estavam com o spi médio inteiro e estavam a andar mais mas rapidamente chegou uma frente fria que acelerou bastante o vento e alguns desses que tinham o spi todo tiveram problemas, passei por um que perdeu o spi nessa altura... Esta fase da regata foi muito rápida, tínhamos de descer o mais rapidamente possível a costa Africana para ir buscar os aliseos profundos a sul do paralelo 20° norte pois se fossemos na rota directa iríamos ter menos vento.
Nos primeiros dias não estava a conseguir dormir outra vez... No início comecei a ver a vida a andar para trás com o 'deja vu' da primeira etapa. Mas o obriguei-me a ficar na cama os 20 minutos inteiros e mesmo se as primeiras vezes não dormi nada, ao fim de algum tempo comecei a conseguir dormir uns bocados o que me levantou o moral...
Nesta fase o vento variava bastante de intensidade e eu mudava de spi mais de 10 vezes por dia...
Quando chegámos ao Cabo Branco estava no grupo da frente, tirando os dois Ofcet que andam muito mais, estava contente porque o plano feito antes da largada estava a correr como previsto. A partir daqui começou um grande bordo para atravessar o Atlântico, o vento continuou a soprar e o mar estava desencontrado com umas ondas a virem de NW de uma baixa pressão no norte do Atlântico.
Nos primeiros dias não estava a conseguir dormir outra vez... No início comecei a ver a vida a andar para trás com o 'deja vu' da primeira etapa. Mas o obriguei-me a ficar na cama os 20 minutos inteiros e mesmo se as primeiras vezes não dormi nada, ao fim de algum tempo comecei a conseguir dormir uns bocados o que me levantou o moral...
Nesta fase o vento variava bastante de intensidade e eu mudava de spi mais de 10 vezes por dia...
Quando chegámos ao Cabo Branco estava no grupo da frente, tirando os dois Ofcet que andam muito mais, estava contente porque o plano feito antes da largada estava a correr como previsto. A partir daqui começou um grande bordo para atravessar o Atlântico, o vento continuou a soprar e o mar estava desencontrado com umas ondas a virem de NW de uma baixa pressão no norte do Atlântico.
Na noite do quarto dia estava já bastante cansado e uma vez, quando acordei, desliguei as luzes de navegação e a electronica no quadro elétrico. Demorei pouco tempo a perceber que não devia fazer aquilo porque tinha também desligado o piloto automático portanto voltei a ligar e saltei para o leme para não cambar sem querer... Não percebi porque fiz isto, foi o único episódio de alucinação que tive esta etapa porque no dia seguinte o vento acalmou e deu para dormir, tomar um banho e secar um bocado o barco, estava tudo molhado, tinha três mudas de roupa todas molhadas, portanto este dia foi importante.
No sétimo dia o spi médio explodiu... Era a vela mais velha que tinha e na lista de prioridades de coisas a mudar antes da Mini Transat este spi foi a primeira coisa a ficar para trás e não ser trocado porque já não tinha mais dinheiro... Felizmente rasgou a esteira (parte de baixo) toda, como o spi tinha um rizo ainda dava para usar este spi rizado mas o vento estava sempre nos 20/25 nós que era o vento do médio inteiro... A partir daqui fui sempre a jogar entre o spi grande e o spi médio rizado, mas sempre a tentar usar mais o grande, houve algumas nuvens que passaram com 25 nós onde eu já estava para lá do limite deste spi mas mesmo assim aguentou-se. Para dormir não era fácil se o vento estivesse assim tão forte...
Por volta do 10° dia começaram a aparecer nuvens com grandes chuvas e sem vento, num dia perdi 40 milhas porque fiquei preso em duas nuvens e os outros não...
Ao 12° dia escrevi no diário 'Estou em desespero! As nuvens vêm de todos os lados, há dois dias que não ando...' Nesta altura estava ao lado do Rodolf e passamos um dia parados , até chegamos a fazer um bocado de bolina...
No sétimo dia o spi médio explodiu... Era a vela mais velha que tinha e na lista de prioridades de coisas a mudar antes da Mini Transat este spi foi a primeira coisa a ficar para trás e não ser trocado porque já não tinha mais dinheiro... Felizmente rasgou a esteira (parte de baixo) toda, como o spi tinha um rizo ainda dava para usar este spi rizado mas o vento estava sempre nos 20/25 nós que era o vento do médio inteiro... A partir daqui fui sempre a jogar entre o spi grande e o spi médio rizado, mas sempre a tentar usar mais o grande, houve algumas nuvens que passaram com 25 nós onde eu já estava para lá do limite deste spi mas mesmo assim aguentou-se. Para dormir não era fácil se o vento estivesse assim tão forte...
Por volta do 10° dia começaram a aparecer nuvens com grandes chuvas e sem vento, num dia perdi 40 milhas porque fiquei preso em duas nuvens e os outros não...
Ao 12° dia escrevi no diário 'Estou em desespero! As nuvens vêm de todos os lados, há dois dias que não ando...' Nesta altura estava ao lado do Rodolf e passamos um dia parados , até chegamos a fazer um bocado de bolina...
Finalmente o vento voltou e a partir daqui comecei a jogar mais com as nuvens e a fugir delas, não era fácil porque eram muitas...
Nesta fase o calor já era insuportável, de manhã não havia sombra nenhuma no barco portanto eu tentava ficar dentro para me proteger mas lá dentro estava tudo fechado portanto não corria vento o que fazia uma pequena sauna também, ainda assim melhor que estar lá fora a grelhar...
Também nesta altura começaram a aparecer as algas , eram áreas enormes cheias de algas que ficavam presas no patilhão e nos lemes, tinha de estar sempre a tirar...
Nos últimos dias vim ao pé do Patrick Girond e o Arnaud Machado que também se prepararam em Lorient e foi engraçado acabarmos a Mini Transat juntos, se bem que nestes dias tinha sempre um pouco mais de velocidade que eles, o que me agradou bastante...
Finalmente comecei a ver terra ao final da tarde do 16° dia e durante a noite cheguei, feliz de ter conseguido realizar este sonho e ter cumprido o objectivo do top 10, infelizmente com o tempo da primeira etapa acabei em 13° na geral das duas etapas.
Nesta fase o calor já era insuportável, de manhã não havia sombra nenhuma no barco portanto eu tentava ficar dentro para me proteger mas lá dentro estava tudo fechado portanto não corria vento o que fazia uma pequena sauna também, ainda assim melhor que estar lá fora a grelhar...
Também nesta altura começaram a aparecer as algas , eram áreas enormes cheias de algas que ficavam presas no patilhão e nos lemes, tinha de estar sempre a tirar...
Nos últimos dias vim ao pé do Patrick Girond e o Arnaud Machado que também se prepararam em Lorient e foi engraçado acabarmos a Mini Transat juntos, se bem que nestes dias tinha sempre um pouco mais de velocidade que eles, o que me agradou bastante...
Finalmente comecei a ver terra ao final da tarde do 16° dia e durante a noite cheguei, feliz de ter conseguido realizar este sonho e ter cumprido o objectivo do top 10, infelizmente com o tempo da primeira etapa acabei em 13° na geral das duas etapas.
Muito obrigado a todos os que me ajudaram a chegar aqui e a todos vocês que me foram apoiando e me deram tanta força para conseguir acabar esta regata!
Aos 2,32 minutos do Video a chegada de António Fontes
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